Inner Self #3
Naoki Mitsuse
Não sei onde foste buscar essa técnica mas a suspensão é perfeita. Espanto-me se te vejo mais leve do que o ar, se frustras Newton com um encolher de ombros mas sem o sorriso da carmelita contemplativa de olhar vago e místico. E eu plúmbeo, bizarro e febril, um deus do desamparo. Nem os pés abdicam entre passos de sentirem o chão que pisam, quanto mais a cabeça. Sou um breakdancer em eterno swing craneano; sem estrado, gorro ou boné. As ideias e o escalpe em ferida aberta, rastos de seiva e sangue rua abaixo. Tu, albatroz, existes como as nuvens, deixas cair uma lágrima e choves sem querer.
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