sexta-feira, março 25

Fim



-Ouves? A terra a chamar-me.
-A terra? Não percebo. Como é que sabes?
-É a terra a chamar-me.
-Mantém-te viva, vai valer a pena. Vamos ouvir o Sol a arder.
Não te podes esquecer de respirar.


Sérgio Ranalli (fotos)

quinta-feira, março 24

near-life experience

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Budapeste | 2002

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enTreteNham-me, calem-se, inventem qualquer coisa, estejam quietos, não façam barulho, deixem-me em paz, mostrem-se, escondam-me, sorriam mas não muito, tudo ao mesmo tempo. Pode ser? Não? Insisto: enTreteNham-me, calem-se, inventem qualquer coisa, estejam quietos, não façam barulho, deixem-me em paz, mostrem-se, escondam-me, sorriam mas não muito, tudo ao mesmo tempo. E agora?
Ok, venho já.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

terça-feira, março 22

As I Lay Dying


Venha, venha; controla, controla; destroce, destroce...

segunda-feira, março 21

Goin' Up the Country


Yardangs | ESA Mars Express





Canned Heat (Alan Wilson) | Living the Blues [Akarma] | 1967

sábado, março 19

Narcoléptico Anónimo

Conheces, leitor, esta sensação de poder desabar em cima do teclado a qualquer momento? Eu gosto. De abusar da sorte do corpo, de me sentir tão dorido e com a vigília tão comprometida que lerefajn ulmkdfojn frkhjejnvciw pmlhdçpsqzzz zzz.......................................

sexta-feira, março 18

Time to die.

quinta-feira, março 17


Se uma pessoa saudável for um mau escritor, então não passa de um escritor doente. Se um doente for um bom escritor, então faz parte, como escritor, do mundo dos sãos.


Robert Walser | A Rosa

terça-feira, março 15

Little Wing


Well she's walking through the clouds
With a circus mind that's running round
Butterflies and zebras
And moonbeams and fairy tales
That's all she ever thinks about
Riding with the wind.


When I'm sad, she comes to me
With a thousand smiles, she gives to me free
It's alright she says it's alright
Take anything you want from me, anything
Anything.


Fly on little wing,
Yeah yeah, yeah, little wing.





Jimi Hendrix | Axis: Bold as Love | 1967

quinta-feira, março 10


Gary Larson


Tragedy is when i cut my finger.
Comedy is when you walk into an open sewer and die.


Mel Brooks

Depois vieram os blogs


Daguerreótipo colorido;
autor, data e modelo desconhecidos.



Sempre observei quem não podia fazer a mais pequena ideia de estar a ser observado, a menos que o e me imaginasse, e que esse sonho partilhado coincidisse com aquele momento exacto; assim provando a mim mesmo, constantemente, que o controlo e qualquer vaga expectativa de omnisciência não passavam de derivações em volta de um desamparo pressentido.


Hoje vi um crepúsculo vermelho e amarelo e pensei: «Como sou insignificante!» É claro que também pensei isso ontem e choveu. Senti-me dominado pelo ódio por mim mesmo e pensei suicidar-me de novo - desta vez respirando fundo junto de um viajante de seguros.


Woody Allen | Sem penas

Os viajantes de seguros


Scott Mutter | Train

segunda-feira, março 7

Sha-la-la-la, man


Lou Reed | Street Hassle | 1978


Mais do que uma peça de memorabilia, Street Hassle regressa-me aos ouvidos e ao cérebro e continua a tocar-me num fusível qualquer, que não consigo nem quero explicar. Veio parar-me às mãos, pela primeira vez, por alturas do décimo ou décimo primeiro ano do liceu (quem lê isto sabe o que é o liceu, assim uma espécie de ensino secundário com menos sapatilhas de marca). Foi-me emprestado e depois oferecido por um amigo, para quem o Lou Reed devia ser "um drogadito de Nova York" ("de NY" acrescentei agora, para o meu amigo ele até podia ser suiço...). Ofereceu-mo porque tinha acabado de comprar um leitor de CDs (ele) e suponho que por causa da cara que fazia, de cada vez que lhe descrevia aquele som, tal como o ouvia.
Vinil, claro, e já vinha com a capa gasta e ratada nos cantos. Sem protecção exterior, a rodelona entrava por um lado e saía pelo outro. Só de olhar para ele (estou a vê-lo, agora) arrepiava-me: dezenas de riscos, poeira entranhada, microorganismos milenares em hibernação criogénica, espirais fora.
Não foi o suposto proto-manifesto sónico do Punk e da New Wave que me atacou o cérebro, nada de etiquetas (Trás-os-Montes estava muito longe dessa epistemologia, e além do mais, o Punk ou a New Wave nunca o igualaram), foi a música que tinha lá dentro. Adorei aquilo que, anos mais tarde, associei aos loops em crescendo hipnótico dos Velvet; o som sujo, arrastado, pesado com pessoas lá dentro, o desencanto apaixonado (porra, isto existe?) da voz, os poemas do amor, do ódio, do spleen. Lou Reed a pensar-se e à personagem, como noutros momentos.
O que eu curti o disco. Usava-o para descansar do space e do prog-rock que então respirava. Passava-o no "Rádio Pirata", numa frequência que já não o era (pirata) desde há pouco tempo, independentemente da batata-frita que se lhe tinha infiltrado nas vísceras, ao longo dos anos. O disco tinha vindo de um amigo de uma amiga de um amigo de uma irmã do meu amigo. É muito estranho, ouvi-lo agora sem esses sons parasitas. Não é o mesmo álbum, mas é tão bom como o outro.

domingo, março 6


Hans van der Pol | Poulnabrone Dolmen
O forasteiro sonhava-se no meio de um anfiteatro circular, que era de certo modo o templo incendiado: magotes de alunos taciturnos fatigavam os degraus; as caras dos das últimas filas pendiam a muitos séculos de distância e a uma altura estelar, mas viam-se com uma precisão absoluta. O homem dava-lhes lições de anatomia, de cosmografia, de magia: os rostos escutavam com ansiedade e tentavam responder com entendimento, como se adivinhassem a importância daquele exame, que deveria redimir um deles da sua condição de vã aparência e o interpolaria no mundo real. O homem, no sonho e acordado, considerava as respostas dos seus fantasmas, não se deixava enganar pelos impostores, adivinhava em certas perplexidades uma inteligência crescente. Procurava uma alma que merecesse participar no universo.


Jorge Luís Borges | As ruínas circulares

quinta-feira, março 3

Robert Johnson 1911-1938


SlamCast | Robert Johnson's Last Performance


Terraplane Blues


Ted Treleaven | Robert Johnson: Hell hound on his trail
O vulto é negro e o beco limitado. As roupas estendidas parecem mais usadas do que as casas. Olha para a frente mas não a vê, deve ir a sonhar. Não lhe distingo a face mas os olhos são tristes. Mãos velhas sem rugas, pele de quem toca e faz sentir. A calçada está limpa mas cheira a detergente. Não está um gordo de cuecas à janela porque não é Domingo. Os telhados não são robustos mas jamais sucumbirão ao tempo. Agora o vulto dança sem desperdiçar um milímetro, aproveita-os para prolongar o prazer de quem não sabe se está vivo.

terça-feira, março 1

(the eternal loop of a spotted mind)

Realmente,
pronde raio irão os patos da lagoa em Central Park South,
no Inverno e assim?


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